Novembro 28, 2009
por odepxl
O antigo presidente da República Mário Soares fez uma expressiva crítica, esta terça-feira, à escolha do até aqui primeiro-ministro belga para a presidência do Conselho Europeu (CE). Para Soares, Van Rompuy «é um presidente que vai ser um burocrata».
Confessando-se «espantado» com a escolha do belga para a liderança do CE, Mário Soares sublinhou que «os europeus em geral não sabem quem é, e isso é mau».
«O directório que hoje governa a Europa não quer que lhe façam sombra», afirmou, citado pelo ‘Expresso’ online.
«É um presidente que vai ser um burocrata, se calhar, vamos ver. Espero que não», perspectivou, à margem do seminário “Portugal e Espanha: O que fazer em conjunto na Europa?”, que decorre em Lisboa.
Para Soares, a escolha de Van Rompuy, prova que todo o processo de nomeação do presidente do CE não passou de «um cozinhado feito sem o conhecimento de ninguém».
Ainda assim, o antigo chefe de Estado não deixou de desejar que Van Rompuy «tenha êxito, o que é importante para todos nós».
Rompuy e o Grupo Bilderberg
Escassos dias antes da sua escolha, Van Rompuy participou e discursou durante um jantar organizado pelo secretivo lóbi globalista “Bilderberg Group”, em Bruxelas, onde manteve contactos com influentes membros da comissão de selecção e recrutamento de associados e colaboradores.
Durante o discurso, o então primeiro-ministro belga defendeu a revisão de um conjunto de impostos relacionados com transportes aéreos, combustíveis e IVA para reforçar os cofres da União Europeia.
“As possibilidades de arrecadação fiscal a nível europeu deverá ser seriamente escritunada e, pela primeira vez, a maior parte dos países da UE está aberta a isso. (…) Por si só, não basta a recuperação da economia para eliminar os enormes défices orçamentais de muitas economias europeias”, disse Van Rompuy, citado pelo jornal flamengo De Tijd.
A notícia indica que, na ocasião, para além de um breve encontro com Henry Kissinger, um velho membro do Grupo Bilderberg, Van Rompuy manteve conversações com o actual presidente da opaca organização, Étienne Davignon, vice-presidente da União Europeia entre 1981 e 1985.
Em Março passado, em entrevista ao jornal EU Obvserver, o visconde Davignon lembrou que o Grupo Bilderberg desempenhou um papel crucial nas movimentações políticas e financeiras que levaram à criação da moeda única europeia, nos anos 90.
Pouco antes de serem primeiros-ministros de Portugal, Durão Barroso e Santana Lopes participaram em reuniões anuais da agremiação globalista.
MRA Alliance
Pedro Varanda de Castro, Consultor
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